Primeiro que tudo, não votei. 
Não votei não porque não quis, mas porque simplesmente o boletim de voto nunca chegou até mim.
Sim, tenho a morada actualizada no CC (fui eu própria que escrevi a morada porque a funcionária da Junta ia tendo um AVC quando lhe disse o nome da rua… “ah menina é melhor ser você a escrever isso“) em como não sou residente em Portugal e sim, estou inscrita no Consulado/Embaixada de Portugal na Holanda.
Fico espantada como nunca recebi nada… Mas fico chateada? Não!

E por que não fico chateada? Porque a meu ver, quem deve votar para eleições legislativas são os Residentes e não aqueles que só porque têm nacionalidade Portuguesa mas residem noutro país, podem votar. Os Residentes pagam impostos, vivem o seu dia-a-dia de acordo com as regras impostas pelo Governo em posse.
Os emigrantes não.
Ora, seguindo esta mesma lógica, acho sinceramente que eu deveria votar era para as eleições legislativas do país onde resido; se sou “boa” para pagar impostos (que não são nada baixos) também deveria ser “boa” para poder escolher quem “dita as regras aqui no burgo”! Parece-me óbvio…
Caso contrário, é apenas mais um exemplo do “Paga e não bufa”. Claro está, que se quiser votar para as eleições legislativas daqui da zona, tenho que me naturalizar.
O problema é muito simples; eu não quero ser Holandesa! Não quero. 

Não me identifico. Eu sou Portuguesa e ponto final!
Posso cá viver muitos anos, mas nunca serei Holandesa. Posto isto, vou continuar a pagar e a não bufar…
Mas adiante que a conversa de hoje é outra.

Ainda no rescaldo das eleições legislativas em Portugal, não posso dizer que fico espantada ou surpresa. Afinal de contas, já lá dizia o ditado, “cão que ladra não morde“.
E o resultado de ontem foi mais um exemplo disso.
Se formos a ver bem o mapa, o país está claramente dividido, a diferença de votos nem foi assim tão além quanto isso, mas a verdade é que todos aqueles que se fartam de reclamar de tudo, dizer que “ah isto tá tão mau”, fazer greves e sei lá mais o quê, foram os mesmos que quando lhes dá a oportunidade, não sabem aproveitá-la.

Ou não foram suficientes… Poderá ser isso? Eu sinceramente, não sei o número de cidadãos pertencentes à classe média de Portugal, classe essa que é a que mais sofre com todas as medidas de austeridade impostas nestes últimos quatro anos. Mas estava certa de serem suficientes para dar a volta e votarem de outra forma.
Claro está, cada um vota de acordo com a sua opinião, e a bom da verdade, se eu tivesse recebido o belo do boletim de voto, não saberia em quem votar.
Mais do mesmo?! acho que não… Mas CDU e afins também acho que não seria solução. Numa coisa o Passos e amigos tinham razão: Portugal não é a Grécia!

Gostarão os Portuguese de austeridade?
No café, em casa e na rua, respondem não. Nas urnas dizem que sim!

Resumindo e baralhando; por aqui, continuaremos a pagar e a não bufar e por aí, continuará tudo igual; mais greve menos greve, mais manifestação menos manifestação.

“O Povo é ordeiro”

 
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0 Responses

  1. Concordo inteiramente que os residentes deviam poder votar! Em Inglaterra qualquer pessoa da Commonwealth pode votar mesmo que tenha acabado de chegar e só esteja a estudar no país (!), mas se eu viver lá há 5, 10, 20 anos sem ter o passaporte britânico….ah, lamentamos, paga só os impostos, sim?
    Quanto às eleições em Portugal, não tenho comentários. O último a sair que apague a luz e feche a porta…

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